O Projeto de Lei de ‘Fake News’ do Brasil Desencadeia Protestos dos Gigantes da Tecnologia

Grandes empresas de tecnologia estão se mobilizando contra a legislação, provocando reações do ministro da justiça brasileiro e dos tribunais.

O Congresso brasileiro está avaliando um projeto de lei regulatório que transferiria para as empresas de internet a responsabilidade de relatar conteúdo ilegal em seus sites, uma iniciativa controversa que colocou a administração do presidente Luiz Inacio Lula da Silva contra grandes empresas de tecnologia como o Google.

Na terça-feira, o Google foi forçado a remover um link de sua página inicial no Brasil que defendia contra o Projeto de Lei 2630, também conhecido como a Lei de Fake News.

O link alegava que o projeto de lei causaria confusão pública e convocava os usuários a entrar em contato com seus representantes no Congresso para se manifestarem contra a legislação.

A proposta brasileira, que estabeleceria penalidades para empresas de tecnologia que não combatessem notícias falsas e outros materiais ilegais em suas plataformas, estaria entre as legislações mais rigorosas que regulam as mídias sociais e outros sites de hospedagem de conteúdo.

Ela tem sido comparada ao Ato de Serviços Digitais da União Europeia, adotado no ano passado para regular grandes empresas de tecnologia e criar padrões de transparência e moderação de conteúdo.

Mas empresas como o Google e o Facebook alertaram que o Projeto de Lei 2630 do Brasil poderia ser usado para censura e poderia colocar em risco a disponibilidade de serviços de conteúdo gratuito.

Em um comunicado à CNN Brasil na terça-feira, o Google também argumentou que o projeto de lei apresentava “riscos” para “as pessoas que usam nossas plataformas e também para os diferentes participantes no ecossistema digital”.

Ele disse que o projeto de lei passou por “mudanças significativas nas últimas semanas”, levando a uma falta de conhecimento sobre seu conteúdo.

A mensagem do Google em sua página inicial provocou uma forte reação do ministro da Justiça, Flavio Dino, que acusou a gigante da tecnologia de tentar sufocar o debate.

Ele exigiu que o link fosse removido dentro de duas horas, caso contrário, o Google enfrentaria uma multa de um milhão de reais brasileiros, ou $198.000, por cada hora em que a mensagem permanecesse online. “O que é isso? Um editorial? Isso não é uma empresa de mídia ou publicidade”, disse Dino.

O Google respondeu removendo o link em questão de minutos, recebendo aplausos de Dino no Twitter. “O Google removeu a publicidade codificada e ilegal de sua página inicial”, ele escreveu. “A LEI deve prevalecer sobre o Velho Oeste digital”.

Ele já havia solicitado uma investigação sobre se as empresas de tecnologia praticaram “práticas abusivas” em sua campanha contra a lei.

O Ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, emitiu uma ordem mais tarde na terça-feira exigindo que os líderes brasileiros das principais empresas de tecnologia prestassem depoimento à polícia federal sobre possível disseminação de desinformação sobre o projeto de lei.

Eles incluíam os chefes do Google, da gigante das mídias sociais Meta, do serviço de streaming de música Spotify e da Brasil Paralelo, um site de conteúdo conservador.

Destino Incerto do Projeto de Lei O Debate em Meio a Desafios Políticos

O debate no Brasil ocorre enquanto a nação sul-americana continua lidando com alegações infundadas sobre a legitimidade de seu sistema eleitoral, especialmente após a derrota do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro em uma eleição no ano passado.

Bolsonaro havia afirmado falsamente por meses que o sistema de votação eletrônica do Brasil era vulnerável a fraudes, uma alegação que se espalhou rapidamente entre seus apoiadores nas mídias sociais.

Os críticos também afirmam que a retórica do ex-capitão do exército alimentou um tumulto em Brasília em 8 de janeiro, quando uma multidão de manifestantes pró-Bolsonaro invadiu o Supremo Tribunal, o Congresso e o palácio presidencial do Brasil na tentativa de reverter os resultados da eleição de outubro.

O projeto de lei sobre notícias falsas foi acelerado na Câmara dos Deputados e estava programado para ser votado mais tarde na terça-feira. No entanto, seu destino é incerto devido à resistência de parlamentares conservadores e evangélicos que se aliaram às grandes empresas de tecnologia contra o governo e seus aliados.

O Deputado Orlando Silva, autor do Projeto de Lei 2630 e membro do Partido Comunista do Brasil, disse à agência de notícias Reuters que a legislação proposta ajudaria a proteger contra a desinformação que poderia afetar adversamente a política brasileira.

O país também tem enfrentado uma série de ataques mortais em escolas, com críticos apontando a influência das mídias sociais na violência.

No final de março, um estudante de 13 anos esfaqueou um professor até a morte em São Paulo, supostamente inspirado por um tiroteio em uma escola em 2019. Em seguida, no início de abril, um homem atacou uma creche com um machado, matando quatro crianças pequenas.

“Fake news levaram à invasão de prédios do governo em 8 de janeiro e causaram um ambiente de violência em nossas escolas”,

O debate sobre a lei proposta ocorre após um tribunal de apelações brasileiro ter suspenso no sábado uma suspensão contra o serviço de mensagens Telegram, depois que foi acusado de não cumprir um pedido para fornecer informações sobre extremistas e neonazistas na plataforma.

No entanto, o tribunal manteve uma multa contra o Telegram por não cumprir o pedido de informação.

Futuro Incerto para o Projeto de Lei

O debate no Brasil acontece enquanto a nação sul-americana continua a lidar com alegações infundadas sobre a legitimidade de seu sistema eleitoral, particularmente após a derrota do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro em uma eleição no ano passado.

Bolsonaro havia afirmado falsamente durante meses que o sistema de votação eletrônica do Brasil era vulnerável a fraudes, uma alegação que se espalhou rapidamente entre seus apoiadores nas redes sociais.

Críticos também afirmam que a retórica do ex-capitão do exército alimentou um tumulto em Brasília em 8 de janeiro, quando uma multidão de manifestantes pró-Bolsonaro invadiu o Supremo Tribunal, o Congresso e o palácio presidencial do Brasil na tentativa de reverter os resultados da eleição de outubro.

O projeto de lei sobre notícias falsas foi acelerado na Câmara dos Deputados e estava programado para ser votado mais tarde na terça-feira. No entanto, seu destino é incerto devido à resistência de parlamentares conservadores e evangélicos que se aliaram às grandes empresas de tecnologia contra o governo e seus aliados.

O Deputado Orlando Silva, autor do Projeto de Lei 2630 e membro do Partido Comunista do Brasil, disse à agência de notícias Reuters que a legislação proposta ajudaria a proteger contra a desinformação que poderia afetar adversamente a política brasileira.

O país também tem enfrentado uma série de ataques mortais em escolas, com críticos apontando para a influência das redes sociais na violência.

No final de março, um estudante de 13 anos esfaqueou um professor até a morte em São Paulo, supostamente inspirado por um tiroteio em uma escola em 2019. Em seguida, no início de abril, um homem atacou uma creche com um machado, matando quatro crianças pequenas.

“Fake news levaram à invasão de prédios do governo em 8 de janeiro e têm causado um ambiente de violência em nossas escolas”, disse Silva à Reuters.

O debate sobre a lei proposta vem após um tribunal de apelações brasileiro ter levantado, no sábado, a suspensão contra o serviço de mensagens Telegram, depois que foi acusado de não cumprir um pedido para fornecer informações sobre extremistas e neonazistas na plataforma.

No entanto, o tribunal manteve uma multa contra o Telegram por não cumprir o pedido de informação.

Os Desafios da Disseminação de Informações

As preocupações sobre a disseminação de informações enganosas não são novas. À medida que o debate sobre a regulamentação das notícias falsas e do conteúdo ilegal cresce, o Brasil se encontra no centro de um dilema complexo.

As grandes empresas de tecnologia, como o Google e o Facebook, alertaram sobre os possíveis riscos de censura e da ameaça à disponibilidade de serviços de conteúdo gratuito. Ao mesmo tempo, a proposta de lei busca conter a propagação de informações prejudiciais que podem afetar a política e a sociedade brasileira de maneiras significativas.

O ex-presidente Bolsonaro, com suas alegações infundadas sobre o sistema de votação eletrônica, contribuiu para um ambiente de incerteza e tensão política. Os eventos de janeiro, quando manifestantes invadiram prédios do governo, destacaram os perigos da desinformação.

A Busca por Soluções

Encontrar um equilíbrio entre a liberdade de expressão e a necessidade de conter informações prejudiciais é um desafio complexo. A sociedade brasileira está dividida sobre como abordar essa questão delicada. Enquanto alguns veem a regulamentação como uma proteção necessária contra o caos da desinformação, outros temem que possa limitar a voz pública e a troca de ideias.

O destino do Projeto de Lei 2630 permanece incerto, pois enfrenta resistência de várias frentes políticas e grupos de interesse. No entanto, a discussão sobre as notícias falsas e sua influência na sociedade não deve ser negligenciada. As soluções devem ser cuidadosamente consideradas para garantir que a verdade prevaleça e que a democracia brasileira seja fortalecida.